Astrologia e as suas vidas passadas

ASTROLOGIA

1/12/2025

A astrologia cármica é a vertente da astrologia que busca informações e interpretações sobre os aprendizados, desafios e propósitos que nossa alma traz de vidas passadas.

O foco principal está nos padrões repetitivos de comportamento e nas áreas da vida que pedem evolução. O mapa natal é interpretado de forma a revelar as forças que moldaram a alma em outras vidas e as oportunidades de crescimento nesta.

É importante ter em mente que a astrologia cármica não produz uma lista de erros que temos de corrigir, todos ao mesmo tempo e agora. Podemos usar o mapa astral como informações preciosas que ajudam a trazer gentilmente à tona essas questões, que trabalhamos de acordo com nossas possibilidades emocionais e psíquicas, com paciência e autocompaixão, permitindo que a evolução aconteça de forma gradual.

Com isso em mente, existe uma série de pontos do mapa astral que podem ser considerados em astrologia cármica:

  • Nodos Lunares

Os Nodos Norte e Sul são os principais indicadores de carma no mapa astral. O Nodo Sul representa o passado cármico, os talentos e padrões de comportamento com os quais estamos familiarizados. O Nodo Norte aponta o caminho de evolução e crescimento nesta vida, desafiando-nos a sair da zona de conforto.

Exemplo: alguém com o Nodo Sul em Leão e o Nodo Norte em Aquário pode ter vivido vidas centradas em poder e reconhecimento pessoal. Nesta vida, o aprendizado está em cultivar a colaboração e o trabalho em grupo.

Exemplo: Nodo Sul em Câncer e o Nodo Norte em Capricórnio. Essa pessoa pode ter vivido vidas dedicadas à proteção emocional e ao lar. Nesta vida, seu o desafio é aprender a assumir responsabilidades maiores e buscar estrutura no mundo exterior.

  • Lilith, a Lua Negra

Lilith, ou a Lua Negra, é um ponto que representa as energias reprimidas, aspectos da psique que foram rejeitados ou ignorados, tanto nesta quanto em vidas passadas. Pode indicar áreas em que sentimos vergonha, medo ou resistência. A posição de Lilith no mapa pode nos mostrar como lidamos com nossas sombras e como essas questões cármicas influenciam nossa vida.

Exemplo: Lilith na Casa 2 em Júpiter pode indicar uma pessoa que sente um bloqueio cármico ao buscar prosperidade, talvez por ter sido reprimida em vidas passadas por questões de riqueza ou valores materiais. O desafio é aprender a honrar seu próprio valor e expandir suas fontes de segurança sem medo de ser julgada por sua busca de sucesso material.

Exemplo: Lilith na Casa 9 em Gêmeos pode indicar uma pessoa que teve experiências passadas de repressão intelectual ou perseguição por suas ideias ou viagens espirituais. O carma cármico envolve a necessidade de superar o medo de se expressar de maneira única e abraçar a liberdade de pensamento, buscando sempre o aprendizado sem limitações impostas pelos outros.

  • As Casas 12 e 8

Essas duas casas são particularmente associadas ao carma e às questões profundas de vidas passadas. A Casa 12 é vista como a casa do inconsciente, do encerramento, da espiritualidade e das questões não resolvidas de encarnações anteriores. Pode mostrar onde carregamos traumas ocultos e lições espirituais que precisam ser aprendidas. A Casa 8 lida com a transformação profunda, a morte e o renascimento, muitas vezes relacionados a questões de poder, sexualidade, recursos compartilhados e legados de vidas passadas.

Exemplo: O Sol na Casa 8 pode indicar que a pessoa, em vidas passadas, esteve imersa em situações de crise ou destruição (seja emocional ou material). O desafio cármico aqui é aprender a buscar um novo conceito de poder e identidade, superando perdas e e traumas passados para encontrar sua verdadeira luz e propósito.

Exemplo: A Casa 8 sem planetas, em Touro, signo ligado a questões materiais e ao prazer sensorial, pode sugerir que a pessoa traz um carma relacionado ao apego excessivo à segurança material, talvez devido a perdas ou mudanças inesperadas no passado. O desafio cármico está em aprender a soltar esse apego e buscar segurança emocional e espiritual, sem depender tanto das posses ou de situações externas.

Exemplo: Marte na Casa 12 pode sugerir que a pessoa tem dificuldades relacionadas à ação e à expressão clara de sua energia assertiva. O desafio agora é aprender a usar a energia de Marte de forma construtiva, superando medos e ansiedades sobre repressões passadas para agir de maneira mais equilibrada e alinhada com seu propósito espiritual.

Exemplo: A Casa 12 em Sagitário, sem planetas, pode indicar que, em vidas passadas, a pessoa encontrou restrições ou perseguições em sua busca por verdade e liberdade espiritual, talvez sendo forçada a seguir dogmas rígidos. O desafio cármico pode ser aprender a questionar as normas religiosas ou filosóficas e abrir a mente e o coração para novas ideias e crenças, confiando no próprio caminho espiritual e na capacidade de encontrar a verdade.

  • Saturno, o Senhor do Carma

Tradicionalmente visto como o planeta dos desafios, na astrologia cármica ele mostra dificuldades trazidas de outras vidas, onde enfrentamos limitações e onde devemos desenvolver maturidade e responsabilidade. Sua casa e signo indicam lições importantes e áreas em que o trabalho duro trará recompensas espirituais.

Exemplo: Saturno em Áries na Casa 1. A pessoa pode ter sido excessivamente individualista e impulsiva, e deve aprender a cultivar uma identidade forte, mas equilibrada, não agindo instintivamente e aprendendo a cooperar com os outros sem perder sua individualidade.

Exemplo: Saturno em Libra na Casa 7. Em outras vidas, pode ter evitado compromissos e priorizar agradar aos outros, com dificuldades para criar relações equilibradas. Agora, o desafio é aprender a criar parcerias de confiança e a equilibrar o dar e o receber, assumindo responsabilidades sem medo de se comprometer.

  • Plutão e as transformações da alma

Em astrologia cármica, Plutão, que tradicionalmente simboliza renascimento e regeneração, revela medos profundos e traumas herdados de vidas passadas. Ele lida com os aspectos sombrios da psique, onde podem estar as lições mais difíceis, mas também a possibilidade para uma verdadeira transformação.

Exemplo: Plutão em Escorpião na Casa 4. No passado, pode ter vivido experiências intensas e transformadoras no âmbito familiar e emocional, carregando traumas. Agora, traz a necessidade de transformar o ambiente familiar, criando uma base emocional mais saudável.

Exemplo: Plutão em Leão na Casa 5. O carma pode envolver uma busca de poder e reconhecimento, por meio da criatividade ou das relações amorosas. Nesta vida, o desafio será transformar essa necessidade de aprovação em uma expressão autêntica do ser, descobrindo o amor próprio e cultivando o poder pessoal sem depender dos outros.

  • Quíron, o Curador Ferido*

Quíron, em Astrologia, simboliza a ferida profunda que carregamos de vidas passadas e que devemos tentar curar no presente. Ele aponta áreas onde somos vulneráveis mas, ao mesmo tempo, podemos ajudar os outros com nossas próprias experiências de dor e superação. Sua posição no mapa mostra uma dor cármica que nos acompanha de encarnações passadas e onde devemos buscar cura e aprendizado.

Exemplo: Quíron em Peixes na Casa 5 pode indicar que a pessoa tem um carma relacionado a um bloqueio criativo profundo, talvez de uma vida passada em que foi reprimida ou não permitiu que sua arte ou expressão fluíssem livremente. Nessa vida, o desafio é aprender a libertar essa criatividade de maneira espontânea e sem medo de julgamento.

Exemplo: Quíron em Virgem na Casa 11 pode indicar uma pessoa com uma ferida relacionada ao medo de não ser útil ou eficiente o suficiente em ambientes coletivos. O desafio aqui é aprender a confiar nas suas habilidades e a oferecer ajuda sem se preocupar com críticas ou com a necessidade de ser perfeito, encontrando um papel autêntico dentro de seus círculos sociais.

*Na mitologia grega, Quíron era um sábio centauro, habilidoso curador e mestre. O heroi Hércules acidentalmente acertou uma flecha envenenada em Quíron que, por ser imortal, não podia morrer e foi forçado a viver para sempre com a dor crônica. Embora ele fosse capaz de curar os outros, sua própria ferida não pôde ser curada.

  • Planetas Retrógrados

Os planetas retrógrados no mapa de nascimento indicam áreas da vida em que o carma de vidas passadas ainda está presente e que, nesta encarnação, a pessoa precisa revisar ou reexaminar. Podem mostrar qualidades ou talentos não plenamente desenvolvidos de vidas passadas que precisam ser trabalhados nesta vida, em um esforço de autoconhecimento.

Exemplo: Mercúrio retrógrado pode indicar que, em vidas passadas, a pessoa teve dificuldades de comunicação ou foi silenciada, talvez por censura ou repressão. Nessa vida, o desafio é aprender a expressar seus pensamentos e ideias de forma clara, sem medo de julgamento ou repressão.

Exemplo: Vênus retrógrado pode sugerir questões cármicas relacionadas ao amor e aos relacionamentos, como padrões de amor não correspondido ou relacionamentos tóxicos em vidas passadas. O carma aqui envolve aprender a amar de forma incondicional, sem depender da aprovação externa.

  • Signos interceptados

Os dois signos interceptados, sempre um eixo, são aqueles que ficam inteiramente compreendidos dentro de uma casa, podem representar áreas bloqueadas da vida, que precisam ser trazidas à consciência para que sejam integradas. Esses bloqueios podem ter sido causados por reprimir ou evitar certos aspectos de sua personalidade ou experiências, impedindo a expressão das características desse signo na vida presente.

Exemplo: Áries e Libra interceptados nas Casas 6 e 12. Pode ser difícil equilibrar a independência (Áries) com a harmonia e parceria (Libra). O carma pode se traduzir em um medo de rejeição ou na dificuldade para se defender. A cura estaria em encontrar equilíbrio entre ser independente e estar em parceria, integrando autonomia e colaboração.

Exemplo: Touro e Escorpião interceptados nas Casas 2 e 8. Envolve os temas de segurança material e emocional, respectivamente, o que pode causar dificuldades para equilibrar questões de autoestima e necessidade de segurança, de intimidade e compartilhamento ou “deixar ir”. A cura estaria em aprender a lidar com os temas de posse e controle, sem medo da perda ou da vulnerabilidade.